Banco de dados reúne informações anônimas de pacientes com covid-19

 

Segundo Mello, uma plataforma nesses moldes demora anos para ser construída, mas, no caso desta, os dados foram inseridos em temporecorde devido à existência da estrutura e do investimento. “O que resultou de relevante foi o estabelecimento dos vínculos de confiança entre os fundadores da iniciativa. A função central da Fapesp é servir como catalisador desse trabalho. O custo da obtenção dosdados já foi pago pelos pacientes que fizeram os exames, e o que estamos fazendo é, de forma anônima, compartilharesse conjunto de informações”.

O pró-reitor de Pesquisa da USP, Sylvio Canuto, destacou que o trabalho é um grande passo na luta contra acovid-19, já que a situação mostra a necessidade do compartilhamento de dados científicos. “O projeto já está funcionando na USPe permite usar as informaçõesde forma sustentável. Este é um instrumento que será perene”, afirmouCanuto.

O diretor executivo do Grupo Fleury, o médico Edgar Rizzatti, disse que desde o inicio da pandemiapesquisadores e centros de estudotêm sido procurados porstartups,com interesse na disponibilização de dados de pacientes de covid-19, para desenvolvimento de projetos e estratégias em ciência de dados e algoritmos de inteligência artificial. “Por isso, acredito que essa iniciativa pioneira vai trazer grande benefício para a comunidade científica e vai permitir que tenhamos melhor entendimento da doençaem nosso meio, o que trará importantecontribuiçãoà sociedade”.

Para o diretor de ensino e pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, Luiz Fernando Lima Reis, a relevância dainiciativa pode ser caracterizada pelo compromisso das instituições na solução da pandemia e na melhoria do cuidado assistencial aos pacientes. “A resposta sempre veio da ciência e a legitimidade da Fapesp em promover a ciência dá a garantia do propósito do projeto. Não teremos soluções fora da ciência não pautadas pela melhor geração do conhecimento, e é nesse sentido que nos juntamos à Fapesp nesse desafio”.

Na avaliação do diretor-superintendente do Hospital Israelita Albert Einstein, Luiz Vicente Rizzo, a única maneira de fazer pesquisa boa é em colaboração. “O conhecimento é o maior inimigo da doença e a preocupação é com os pacientes, com o conhecimento, trazendo soluções para a vida das pessoas e não só para a covid-19, porque esse banco de dados poderá ser aproveitado emdiversas outras atividades”.

O banco conterá dados anônimos dos pacientes que fizeram exame, estiveram internados e a descrição da evolução clínica do quadro de saúde. Posteriormente serão adicionados exames de imagem. Os dados poderão ser verificados por analistas, que darão sugestões para melhorar a plataforma.

Mais informações podem ser consultadas nobanco de dados.