Operação que investiga lavagem de dinheiro do tráfico no Paraguai já prendeu 9 pessoas

Agentes também apreenderam 10 aeronaves e 65 imóveis, além de carros de luxo e cabeças de gado

Gráfico mostra resultados da Operação Ultranza

Gráfico mostra resultados da Operação Ultranza

Um balanço divulgado nesta terça-feira (8), pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, mostra que as investigações feitas no âmbito da Operação Ultranza, já produziram enormes prejuízos financeiros às organizações criminosas que atuam no país.

Até o momento, conforme a Senad, as ações policiais que têm mirado nos negócios de cinco famílias de empresários, já colocaram 9 pessoas na cadeia. Entretanto, os maiores avanços estão no montante de bens que estão sendo colocados à disposição da Justiça para confisco.

Segundo informações do grupo que coordena a operação, entre os imóveis apreendidos está a fazenda San Agustín, localizada a 110 quilômetros de Assunção, área conhecida como Tacuara, distrito de Benjamín Aceval, no Departamento de Presidente Hayes. Ela possui 3.490 hectares e cabeças de gado.

O local, entretanto, usa as atividades agropecuárias como fachada e é totalmente adaptado para receber e enviar grandes quantidades de cocaína. Conforme dados levantados pela polícia, a área é usa como centro logístico a serviço do narcotráfico internacional.

Informações obtidas pelo Midiamax revelam que voos de aeronaves bolivianas com cargas de cocaína chegam a centros logísticos clandestinos que representam a organização próxima da fronteira com a Bolívia. "As drogas são depositadas nesses pontos e as aeronaves bolivianas retornam ao seu país", explica uma fonte ligada à Senad.

A Operação Ultranza, desencadeada pelo Paraguai já conseguiu desarticular quatro grandes organizações que 'lavam' mais de 100 milhões de dólares oriundos da comercialização de cocaína em grandes centros da Europa.

Entre os nomes apontados como líderes da megaestrutura do narcotráfico estão Sebastián Marset e Miguel Insfrán. Eles foram os encarregados de realizar os negócios com os fornecedores compradores de cocaína. Luiz Fernando Sebriano Gonzáles e Alberto Koube Ayala também fazem parte da lista.

Em dois anos enviaram cerca de 15 toneladas para a Europa, cujos lucros foram investidos em imóveis luxuosos, fazendas, caminhões, iates, aviões e carros de luxo. O poder de influência desses empresários é grande e chegou a provocar a queda de um ministro do Governo do Paraguai.