Dólar fecha em queda a R$ 5,32 com notícia de tratamento para Covid-19

Dólar fecha em queda a R$ 5,32 com notícia de tratamento para Covid-19

A notícia de um tratamento mais eficaz para casos graves da Covid-19 pela farmacêutica Gilead ajudou a estimular a busca por ativos de risco, e enfraqueceu o dólar no mercado internacional, que fechou em queda nesta sexta-feira, 10, a R$ 5,3218. A moeda encerrou a semana marcada por fortes oscilações, praticamente estável, com leve alta acumulada de 0,05%. Em julho, o dólar cai 2,1%.

O Nasdaq bateu novo recorde histórico e o Ibovespa foi aos 100 mil pontos. O dólar futuro para agosto fechou em baixa de 0,35%, a R$ 5,3285. A avaliação dos traders é que, sem um sinal mais claro sobre a intensidade da recuperação da economia brasileira e dos rumos dos casos de Covid-19 no Brasil e nos Estados Unidos, o câmbio deve seguir volátil, sem firmar tendência.

O estrategista da TAG Investimentos, Dan Kawa, observa que os mercados seguem respeitando “bandas” recentes, sem grandes sinais de “rompimento” ou grandes tendências, em meio a um cenário de baixa previsibilidade. No caso do dólar, a moeda ficou ao redor dos R$ 5,30. Para Kawa, ainda não é possível ter convicção sobre a velocidade ou intensidade da recuperação da atividade econômica no Brasil. “O cenário ainda é muito turvo. Se as vendas no varejo de maio surpreenderam positivamente, os dados de hoje de serviços vieram fracos”, ressalta.

Os estrategistas de moedas em Nova York do Citi avaliam que o real pode ser uma boa opção para ficar “vendido” entre as moedas de emergentes, ou seja, para apostar na queda. Eles destacam que a divisa brasileira tem sido usada para hedge, incluindo para operações de proteção em apostas nos outros ativos domésticos, enquanto as operações de carry trade tiveram queda significativa. Nesse tipo de estratégia, o investidor toma recurso em país de juro baixo e aplica em outro de taxa maior.

Para as moedas de emergentes, incluindo o real, o Citi alerta que um dos maiores temores é o aumento da dívida pública, por conta da elevação de gastos para lidar com a pandemia do coronavírus. O Brasil, que já tinha situação deteriorada antes da crise, será um dos mercados com os piores números pós-pandemia, ressalta o banco americano. A relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB) deve superar os 90% este ano e o déficit primário chegar a 11,5% do PIB, ambos nos níveis mais altos dos emergentes.

* Com informações do Estadão Conteúdo