Final da Copa da Alemanha: Wendell, do Leverkusen, revela ‘segredo’ para vencer o Bayern

Final da Copa da Alemanha: Wendell, do Leverkusen, revela ‘segredo’ para vencer o Bayern

O Bayern de Munique vai em busca de mais uma taça na temporada no próximo sábado (4), no confronto diante do Bayer Leverkusen, válido pela final da Copa da Alemanha, no Estádio Olímpico de Berlim, a partir das 15 horas (de Brasília). O time bávaro, no entanto, não deve ter vida fácil. Ao menos, é o que garante o brasileiro Wendell, lateral esquerdo da equipe adversária. Em entrevista exclusiva ao Grupo Jovem Pan, Wendell disse que os Leões prometem jogar “sem medo” contra o atual octacampeão da Bundesliga. “A gente tem que entrar concentrado, cara. A chave para você ganhar do Bayern é não ter medo de jogar. Tentar encarar eles de igual para igual e fazer o que o treinador pede, seguir o plano certinho porque, normalmente, eles têm um poder de decisão muito grande”, comentou o atleta de 26 anos.

Apesar de colocar o “Gigante da Baviera” como favorito no embate, Wendell demonstrou confiança no título, que seria o segundo da história no clube – até então, a única conquista do Leverkusen na Copa da Alemanha aconteceu na temporada 1992/93. Assim, o ala recorda a surpreendente vitória por 2 a 1 dos Leões sobre o time Munique, no 1° turno do Campeonato Alemão, em plena Allianz Arena. “Na verdade, é estar focado, fazer as coisas 100% e com muita concentração. Contra essas equipes, você não pode desligar por um segundo. Elas têm a capacidade de atenção muito grande. Então sabemos que os caras são favoritos, mas nós temos a possibilidade e a chance de poder vencer os caras também. A gente venceu eles no 1° turno do campeonato e tudo é possível. Acreditamos que temos um Deus que nos irá capacitar”, afirmou Wendell, que iniciou sua trajetória no futebol no Londrina e se destacou pelo Grêmio.

Na ocasião, o Leverkusen foi o primeiro time a bater o Bayern de Munique de Hansi Flick. “Foi mais a entrega e a vontade de fazer as coisas da melhor maneira possível. Fomos letais nas duas chances que tivemos. E isso jogando em Munique, onde é muito difícil de vencer. Fizemos um grande jogo, um jogo em que não tivemos espaço para erros. Nós temos que entrar no mesmo espírito de querer vencer e de competir de igual para igual. Quando você entra se diminuindo ou inferiorizando, a gente acaba entregando a vitória”, lembrou o jogador, que está no clube desde 2014.

O momento atual, entretanto, é diferente. O Bayern de Munique coleciona um excelente momento, vindo de 25 jogos de invencibilidade, com 24 vitórias e 1 empate, sem perder desde dezembro de 2019. Um dos triunfos, inclusive, aconteceu diante do Leverkusen, em partida realizada pelo segundo turno da Bundesliga. “O Bayern teve um dia de Bayern. Começamos bem, mas, infelizmente, deixamos cair. Os caras começaram a impor ritmo, começaram a ganhar confiança e, assim, fizeram quatro gols e poderiam ter feito muito mais. Acho que a gente deu sorte no segundo tempo de eles terem tirado o pé e não forçado mais. E, graças a Deus, terminou só 4 a 2”, lamentou.

O Bayern de Munique está em excelente fase

Como já virou rotina no futebol “pós-pandemia”, a decisão da Copa da Alemanha acontecerá com portões fechados. Para Wendell, o fato de encarar o Bayern de Munique, dono da maior torcida do país, sem a presença de torcedores no estádio, não é uma vantagem. “Cara, eu vou te confessar, você acha que com torcida é com uma pressão grande, mas sem torcida é muito maior. Você precisa estar muito concentrando e focado, e isso dificilmente acontece. Eu estou aqui há seis anos e essa situação é totalmente diferente. É muito ruim porque, normalmente, os estádios estão sempre cheios, você sente o calor da torcida. Agora, você tem que se motivar de maneira que normalmente você não está acostumado com o estádio vazio. Se você me perguntar, eu prefiro mil vezes jogar com 250 mil pessoas no estádio do que sem ninguém. Então, eu espero que tudo isso acabe porque é muito ruim jogar sem torcida. Você não tem noção, é muito ruim”, declarou o atleta, que, recentemente, renovou contrato até 2022.

“É melhor você jogar contra a torcida que pressiona mais o time no mundo do que jogar sem ninguém. Eu prefiro jogar contra 50 mil pessoas contra do que com o estádio vazio”, completou.

Confira outros trechos da entrevista:

Fazer história no Leverkusen – Na verdade, a gente está com muita esperança para o título. Acho que é uma possibilidade de entrar na história do Leverkusen porque o clube não ganha há muito tempo. A última vez que ganhou o título foi em 2001, se eu não me engano. Mas que a gente possa estar preparado e concentrado para fazer um grande jogo. Sabemos que o Bayern de Munique é favorito, mas tudo é possível para aquele que acredita e tem fé.

Nota da redação: O Bayer Leverkusen possui quatro títulos oficiais em sua história, sendo a Copa da Uefa (1987-88) e a Copa da Alemanha (1992-93) os mais expressivos. O clube também ganhou alguns torneios amistosos – o último conquistado aconteceu em 2005.

Anular Lewandowski – Na verdade, na Alemanha, a gente não costuma falar muito isso. A gente sabe da capacidade do Lewandowski, do Muller… A gente sabe que, quando os caras estão em um bom dia, é difícil parar os caras. O Lewandowski foi considerado o melhor jogador da liga com tranquilidade e mais do que merecido por tudo que fez na temporada. Os caras tem não só Lewandowski, como os 11 e o banco também.

Futuro no Leverkusen – Na verdade, eu já estou aqui há bastante tempo. Tem o carinho da torcida, do clube, dos companheiros. Mas nunca sabemos o dia de amanhã. No futebol, o mundo gira muito rápido. A gente tem que ter a tranquilidade de estar numa boa liga, onde as pessoas te respeitam. Isso me deixa bastante tranquilo para seguir aqui até o dia que eles falarem que não dá mais. Agradeço a Deus por ter renovado.

Idolatria da torcida do Leverkusen por brasileiros – Eles [torcedores do Leverkusen] também bastante respeito pelos brasileiros. Os brasileiros têm muito respeito, desde Tita, Jorginho, Emerson, Paulo Sérgio, Zé Roberto, Lúcio, Juan, Renato Augusto. Todos esses jogadores construíram uma grande história no Bayer, né. O brasileiro é muito respeitado, então a gente vê essa idolatria aos brasileiros.

Nota da redação: Wendell é o brasileiro com mais jogos na história do clube (217), à frente de Juan (176), Zé Roberto (150) e Paulo Sérgio (149).

Kai Havertz – Como pessoa, eu tenho que falar porque é um cara que eu me dou muito bem. Brinco todo dia. É um cara que eu respeito bastante, ele me respeita bastante também. E é um cara diferenciado quanto pessoa. E como jogador, é o que você está vendo. É concentrado, focado, fora e dentro de campo. É um cara que tá sempre com a família e merece todo respeito. Não é à toa que vários times grandes da Europa estão interessados nele. Então, espero que ele evolua muito mais do que está evoluindo nesta temporada porque ele vai chegar muito longe