Mandetta: ‘Bolsonaro está certíssimo quando fala sobre crise econômica’

Mandetta: ‘Bolsonaro está certíssimo quando fala sobre crise econômica’

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a pasta de saúde irá trabalhar em conjunto com o Ministério da Economia para a elaboração de um plano mínimo que compatibilize os dois setores. Mandetta concedeu entrevista coletiva na tarde deste sábado (28) para apresentar o balanço de casos de Covid-19 no País e endossou o alerta do presidente Jair Bolsonaro sobre as consequências de uma paralisação total do Brasil em meio à pandemia do novo coronavírus.

“O presidente está certíssimo quando fala que crise a econômica vai matar as pessoas, que a fome vai matar pessoas. Está certíssimo, e somos 100% engajados para achar solução com a equipe da economia”, afirmou.

O ministro disse que é necessário garantir que haja alimento nas comunidades, e que, para isso, também é necessário um planejamento de logística no País.

“A pessoa não consegue ficar na casa dela, a geladeira fica vazia, o estômago fica vazio. Se a gente não tiver uma logística, como a pessoa vai encontrar o alimento no supermercado? Vamos colocar critérios, mas não vai ser plano do Mandetta, não vai ser plano único”, explicou.

Segundo ele, medidas estão sendo discutidas com secretários estaduais e municipais para a construção de um consenso. O ministro afirmou que as restrições serão analisadas para que possam “apertar” onde a pandemia estiver piorando ou “soltar” onde as medidas foram muito restritivas. A única medida que ele descartou foi o lockdown nacional, ou seja, o fechamento total do território brasileiro.

“Não existe quarentena horizontal, não existe vertical, não existe nada. Existe necessidade de arbitrar em um determinado tempo qual o grau de retenção que uma sociedade deve fazer. O lockdown, que é parada absoluta total, ela pode vir a ser necessária, em algum momento, em alguma cidade. O que não existe é um lockdown, um fechamento de todo o território nacional, ao mesmo desarticulado. Isso é um desastre que vai causar muito problema para nós da saúde”, afirmou.

“Não existe uma ilha chamada ‘saúde’. A economia é sim muito importante para a saúde. Nós colocamos em discussão o que liberar, o que fazer para as pessoas terem mobilidade, porque a última vez que foi usada quarentena no Brasil foi em 1917, na gripe espanhola. Estão todos com uma arma na mão dizendo que a Organização Mundial da Saúde mandou eu fazer isso e não pensam que essa medida precisa ser muito bem elaborada”, acrescentou.

O ministro afirmou ainda que, a partir da próxima semana, o sistema de saúde contará com testes rápidos e com o uso da telemedicina, para que o atendimento seja feito na casa do paciente. Mandetta informou que ficará a frente da pasta, que coordena as medidas para combate do novo coronavírus no País até que Bolsonaro permita. Ele já havia dito isso depois de o presidente comentar que a quarentena precisava ser revista.

*Com informações do Estadão Conteúdo