Crise fez brasileiro mudar hábitos de consumo, mostra pesquisa

Crise fez brasileiro mudar hábitos de consumo, mostra pesquisa

Antes de comprar bens de maior valor, o brasileiro espera promoções, faz pesquisas de preço, considera as garantias do produto, e ainda pechincha alguma vantagem. O perfil do consumidor foi traçado na pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No levantamento, a CNI descobriu que 74% dos brasileiros aguardam saldões para comprar itens como eletrodomésticos, móveis, celulares e até automóveis. A prática cresceu sete pontos percentuais desde 2013, e é mais comum entre pessoas com renda familiar de até um salário mínimo.

De acordo com o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, a crise econômica amadureceu o consumidor brasileiro.

“Ela obriga o consumidor a ser mais consciente no sentido de pesquisar mais preço, mais qualidade, esperar pelo momento mais adequado para comprar um produto mais barato, e obviamente estar preocupado com o serviço de pós venda.”

A garantia e a manutenção de um produto passaram a ter relevância para 74% dos consumidores. Fonseca explica que isso ocorre por causa da redução do orçamento das famílias brasileiras. “São consumidores que não só estão mais interessados em um serviço do bem, mas também que vão ficar mais tempo com esse produto por questão da crise.”

Com renda menor, o consumidor deixou de lado questões como novidade e design, e deu importância para o custo-benefício.

A pesquisa de preço atingiu quase todas as residências brasileiras: 93% dos entrevistados ouvidos pela CNI revelaram que recorrem à prática antes de comprar um objeto de maior valor. Já 81% ainda pechincham descontos ou vantagens para levar algum item pra casa.

* Com informações da repórter Nanny Cox.